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DANÇAS CIGANAS
ESPECTÁCULOS E ANIMAÇÕES PARA FESTAS E CELEBRAÇÕES

Criação de pequenos sketches e espectáculos de animação para todo o tipo de celebrações.
 
Frescura, romantismo e poesia, ou puro ritmo, garra e paixão, são algumas das qualidades que uma demonstração de danças ciganas ou Romani poderá imprimir à sua celebração.
 
Desde uma bailarina até cinco, profissionais especializadas no estudo e apresentação de danças ciganas (ou romani) de várias regiões do mundo, interpretam danças da tradição do povo Rom (Cigano), com repertório totalmente original.
 
Da Europa de Leste ao Rajastão, o público é convidado a apreciar desde o folclore romani do sul e do norte da Roménia, tal como as Csingeralas da Transilvânia e o Mahala ou o Manele (na sua versão "pop urbana "), até às danças da Rússia e Europa Central, passando pela Kalbelya (a dança dos "encantadores de serpentes" da tribo Sapera) o Roman Havasi (dança cigana turca) ou o Flamenco.
 
As bailarinas enchem o espaço de alegria e cor, num compasso que pode ir do mais romântico até um autêntico frenesim de ritmos, com os seus grandes e coloridos xailes e saias, pandeiretas e leques, garantindo um serão de uma beleza incomparável.

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​O POVO CIGANO OU «ROM»

As origens do povo cigano ou, mais correctamente, Rom, remontam à zona Centro-Norte da Índia. Tratava-se de uma vasta população, composta por diferentes castas e povos,  trabalhadores e artesãos, que tinha em comum o facto de servirem uma casta de guerreiros, realizando todos os trabalhos necessários para manter uma sociedade: tratava-se da Confederação Rajput. Muitos dos grupos que constituíam esta população pertenciam a uma série de castas denominadas DOMBA.
 
No princípio do séc. XI, surgiu no actual Afeganistão um reino muçulmano, o Império Ghazanavid, que iniciou uma série de invasões pela Índia. Após intermináveis conflitos, os grupos da Confederação Rajput viram-se forçados a migrar. A maioria dirigiu-se para o norte, para a zona do Vale do Indo passando por Kashmir. Os muçulmanos continuaram a sua perseguição e o povo DOMBA, de onde derivam as palavras ROMA e ROMANI, teve de voltar a migrar. Passaram para a Ásia e seguiram a Rota da Seda em direcção à antiga Pérsia.  Algumas gerações mais tarde, dirigiram-se para a região onde se encontra a actual Arménia. Viram-se de novo forçados a partir e deslocaram-se para o Império Bizantino. Os Roma entraram nos Balcãs no séc. XIII. Alguns grupos continuaram para o norte, chegando até à Roménia. A partir de então, dividiram-se numa série de pequenos grupos, tomando direcções diferentes e estendendo-se por todos os países da Europa no séc. XV. Em 1500, a presença do povo Romani fazia-se sentir desde as Ilhas Britânicas e Portugal até à Noruega, passando pela Polónia e pela Grécia. 
 
Em 1971, realizou-se em Orphington, perto de Londres, o Primeiro Congresso Mundial Romani, onde se definiriam as grandes linhas orientadoras da luta pela dignidade dos Ciganos.
 
Nesse Congresso, a bandeira verde e azul da conferência de 1933 da Associação Geral dos Ciganos da Roménia, embelezada com a roda de 16 raios vermelha (inspirada na bandeira indiana), foi reafirmada como emblema nacional do povo cigano, e a canção «Gelem, Gelem» (Caminha, Caminha) foi adoptada como hino. A utilização da palavra «Roma» (em vez de variantes de «cigano») para designar este povo, foi também aprovada pela maioria dos participantes.
 
No centro da bandeira cigana encontra-se uma roda de dezasseis raios ou tchakra, que representa a origem indiana dos Ciganos, pois uma roda semelhante aparece na bandeira indiana. A roda representa não apenas movimento, mas também o fogo de que emergiu toda a criação no princípio dos tempos.
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AS DANÇAS CIGANAS OU «ROMANI»
 
Apesar de se ter dividido em inúmeros grupos, ao longo dos seus 1000 anos de migração e da «estrada» geográfica que os separa, o povo cigano soube manter um carácter único que se manifesta através da sua arte. Entre estilos tão diferentes como poderão ser o flamenco cigano, as danças romenas e húngaras ciganas para casamentos ou até as danças do Rajastão, existe uma série de traços comuns. Desde o elemento rítmico sempre presente, até ao desafio da rapidez e da intensidade, associados a uma graça e subtileza próprios, as danças e as músicas do povo Rom são simultaneamente profundas e espirituosas, envolventes e temperamentais. Em última instância, a única «regra» existente, se assim se pode dizer, será a interpretação e o acompanhamento rigorosos do ritmo da música, para além de uma entrega total e incondicional ao momento presente... 

Para os Ciganos, a arte não se instala, não se cristalizando em formas fixas. São músicas e danças que não gostam de ficar fechadas. Assim, embora estas danças possuam um cariz tradicionalmente comunitário, manifestando-se sempre em contexto de grupo, a interpretação pessoal é determinante. Esta liberdade de expressão individual e espiritual, é também o único tipo de liberdade possível para um povo com uma história caracterizada por um grande sofrimento, como os 500 anos de escravatura a que esteve sujeito na Roménia, ou a dizimação de uma parte da sua população europeia durante o Holocausto.

Como dizia Baudelaire, «os ciganos dão por vezes vontade de dançar, outras vezes de chorar, ou as duas coisas ao mesmo tempo (...). Os artistas ciganos fazem alarde de uma verdadeira paixão pela violência do contraste; do lento um desespero e do rápido um frenesim. A passagem de um registo ao outro parece querer dizer que nenhum sentimento, por mais profundo que seja, está feito para durar».1
 
As danças romani têm, assim, pela raíz histórica do povo Rom, uma essência de expressão hindu. No entanto, foram sofrendo inúmeras transformações ao longo dos séculos, à medida que este povo se ia deslocando (e continua a deslocar-se) por diferentes países. Os ciganos foram absorvendo o folclore local, interpretando as músicas e as danças dessas diferentes culturas com o seu estilo próprio. A cada região que chegavam, traziam na sua bagagem um repertório coreográfico e musical extremamente rico que, de algum modo, relatava a história da sua migração.
 
Embora o povo Rom seja geralmente considerando como tendo sempre sido nómada, podemos constatar, pelo anteriormente referido, que foram as circunstâncias históricas que conduziram a tal condição. Apesar de tudo, contrariamente ao pensamento comum, muitos grupos têm tentando estabelecer-se em comunidades, de forma permanente, desde há mais de dois séculos. Esta incorporação dos Rom nas tradições locais criou um rico e variado repertório de música e dança, com raízes em elementos populares da sua cultura, como são as improvisações variadas, um domínio extraordinário do ritmo e do compasso, a transmissão de histórias universais da sua vida quotidiana ao longo dos séculos, etc.
 
Assim, através de toda a Ásia Central, da Europa Ocidental e ao longo do Mediterrâneo, os Rom, apesar da rejeição social e descriminação que têm sofrido, têm causado um enorme e profundo impacto na cultura musical de muitos países do mundo, contribuindo sobremaneira para o seu enriquecimento e transmissão.
 
Se algum território poderá ter este povo, cuja origem geográfica frequentemente desconhece, será a sua cultura e a sua arte. Arte a que o artista se entrega de uma forma espontânea e contagiante, num intento desesperado de transformar as dificuldades e o sofrimento numa alegria generosa, captando o momento presente como a mais preciosa das jóias.
 
A música e a dança ciganas constituem, de facto, uma integração visível da comunidade Cigana nos países onde se encontra, funcionando como um meio de comunicação e partilha, para além de ser um forte suporte comunitário e identitário entre os seus diferentes grupos e populações, de uma extrema e variadíssima riqueza cultural.
 

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Texto redigido por Mónica Roncon com base na sua investigação.
Fontes bibliográficas: consultar rubrica
CULTURA 


1) Patrick Williams, The Gypsies of Hungary and their Music, Paris: Cité de la Musique/Actes Sud (1996)


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